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A EDUCAÇÃO NOS DIFERENTES PAÍSES DO MUNDO
A EDUCAÇÃO NOS DIFERENTES PAÍSES DO MUNDO

Através deste novo tópico, vamos conhecer como funciona a educação em vários países do mundo e como este processo influiu nos mesmos.


A EDUCAÇÃO NO JAPÃO

Cônsul-adjunto fala sobre a educação japonesa
FOLHA DIRIGIDA, 29/06/2010
Brasil e Japão não ficam distantes apenas no mapa. O mais importante país do mundo oriental, ao lado da China, também fica muito longe de nós quando o assunto é nível da formação educacional. Na edição de 2006 do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), a média dos alunos japoneses na área de Ciências, por exemplo, foi a sétima maior, ao passo que os brasileiros ficaram na 52a posição em um ranking de 57 países.

Você sabe o que é aquela bola vermelha no meio da bandeira do Japão? A terra do sol nascente só podia ter o astro-rei como símbolo maior. A bandeira nacional também é chamada de hinomaru – literalmente “círculo do sol”. O uso da insígnia começou no século XII, quando guerreiros samurai pintaram círculos de sol em leques para usar o símbolo como insígnia militar em batalhas de poder entre clãs. Representando o país, o desenho começou a dar as caras naquelas clássicas bandeiras hasteadas em navios mercantes, no século XVI.

O sucesso do modelo de desenvolvimento nipônico, porém, não ocorreu da noite para o dia. Para reverter as dificuldades de um traumático pós-guerra, a partir de 1945 o país optou, entre outras medidas, por investir alto em educação para ter mão-de-obra capaz de agregar valor ao que se produzia e, com isto, superar as limitações de uma nação sem recursos naturais.

Do ponto de vista educacional, o Japão tem outras diferenças significativas na comparação com o Brasil. No país oriental, quase todos os estudantes concluem o equivalente ao ensino fundamental e médio brasileiros, segundo o cônsul-geral adjunto do Japão no Rio de Janeiro, Hajime Kimura. Ele ainda cita outra diferença marcante: por lá, o ensino público nem sempre é gratuito. “A partir do equivalente ao ensino médio, quem quiser estudar, tem de pagar, mesmo nas escolas públicas. O mesmo vale para as faculdades. No caso dos que têm dificuldades financeiras, o governo ajuda”, explica Hajime Kimura.

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Fonte da imagem: traducao-japones.blogspot.com

Entre as atividades mantidas pelo consulado, está a divulgação de informações sobre o Japão, por meio de um centro cultural, que também tem programação para escolas. O consulado possui, ainda, um programa de intercâmbio estudantil, que permite a brasileiros se candidatar a vagas em universidades e escolas profissionalizantes japonesas, com bolsas de até 150 mil ienes.

Segundo o cônsul-geral adjunto, além da chance de adquirir ou complementar uma formação profissional com uma bolsa de estudos, a atividade vale como experiência de vida. “Estudar em um país estrangeiro nos faz passar por muitos desafios, do ponto de vista emocional, econômico, físico. E cada vez que este estudante necessita enfrentar e ultrapassar estas dificuldades, isto o fortalece.”

Folha Dirigida – No século XX, o mundo assistiu a um crescimento vertiginoso da economia japonesa, a partir do fim da Segunda Guerra Mundial. Qual foi o papel dos investimentos em educação neste processo?
Hajime Kimura – Foi essencial. Hoje, quase todos completam o equivalente ao ensino fundamental no Brasil. O mesmo vale para o equivalente ao ensino médio. E me parece que, no ensino superior, a taxa de acesso é de 50%. E o investimento na ampliação do acesso à educação foi fundamental, sobretudo porque o Japão não é um país que se caracteriza pelo acesso a recursos naturais, ao contrário do Brasil, por exemplo. Tínhamos de crescer com base no comércio que, para ser fortalecido, necessitava de um investimento que viabilizasse uma revolução tecnológica capaz de agregar valor aos produtos que produzíssemos. E a educação é essencial para isto. Nações que investiram maciçamente na área de Educação têm crescido bastante, a exemplo do que ocorreu com o Japão. São exemplos a Coreia do Sul e outros países asiáticos como Formosa, Taiwan e a própria China.

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Fonte da imagem: traducao-japones.blogspot.com

O que foi priorizado em termos de investimentos em educação?
Foi priorizado o investimento como um todo em Educação. No ensino fundamental, o governo buscou melhorar a qualidade das escolas. Além disso, foram feitos muitos investimentos nas universidades e centros de pesquisa. Outra medida que destaco ocorreu em 1972, quando o então primeiro-ministro aumentou o salário dos professores da Educação Básica, justamente para melhorar o nível da Educação. Ocorreu um processo de expansão do acesso ao ensino. Qualquer pessoa podia entrar e ter educação superior se quisesse. Eu, por exemplo, estudei o equivalente ao ensino médio no Brasil e cursei a universidade com bolsa de estudo do governo. E, naquela época, havia dois tipos de bolsa: especial e comum.

Como funciona este sistema de bolsa de estudos?
Quem tem mais dificuldade financeira pode ganhar a bolsa de estudo especial, que é maior. E quando estudamos em faculdade particular, recebemos mais, pois a mensalidade é maior. Nos casos de universidades públicas nacionais ou de províncias, as bolsas de estudo são mais baratas, pois elas cobram menos.

No Japão, é cobrada mensalidade em universidade pública?
Sim. Claro. Qualquer universidade tem custo. Educação é gratuita é para o equivalente, no Brasil, ao ensino fundamental. A partir do equivalente ao ensino médio, quem quiser estudar, tem de pagar, mesmo nas escolas públicas. O mesmo vale para as faculdades. E, no caso dos que têm dificuldades financeiras, o governo ajuda.

No Brasil, frequentemente discute-se que, se nas universidades públicas fosse cobrada mensalidade daqueles que podem pagar, as instituições teriam condições de oferecer melhor ensino e abrir mais vagas. Esta é a filosofia adotada no Japão?
Isto depende de cada governo. Mas é preciso ter em mente que o ensino tem custo e que alguém tem de pagar. Quando a Educação é gratuita, os que arcam com os impostos é que pagam. É apenas uma diferença de filosofia. Não criticamos quem faz diferente.

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University of Tokyo Yasuda Auditorium

Fonte da imagem: japancultpopbr.blogspot.com

E quanto à oferta no ensino superior: é distribuída pelas regiões ou centralizada?
No Japão, há cerca de 50 províncias e cada uma delas tem uma universidade nacional. E algumas cidades têm universidade pública, como Yokohama, que tem uma universidade municipal bastante conceituada. E algumas províncias têm duas, três universidades nacionais, além, claro, das particulares. Aqui no Brasil, também vejo que vem aumentando muito o número de universidades. Como também vejo, nos dois países, um movimento no qual os jovens percebem que cursar uma graduação não é o único caminho. Até alguns anos atrás, entrar nas melhores faculdades era o principal objetivo dos alunos japoneses que concluíam o equivalente ao ensino médio brasileiro. Agora não. Muitos buscam outras formas, diferentes do ingresso no ensino superior, de encontrar seus próprios caminhos para garantir uma vida melhor. Por exemplo, quem gosta de cozinha pode entrar em uma escola profissionalizante de Culinária e se formar nesta área. E muitos fazem sucesso assim, não só no Japão, como aqui no Brasil. Então, entrar na faculdade virou uma das opções.

Qual o tratamento dado aos professores, no Japão? Como governo e sociedade veem o papel deste profissional?
Na minha época, há 40 anos, os professores eram absolutos. A posição deles era absoluta. Tínhamos que obedecer qualquer ordem deles. E os pais também os respeitavam muito. Então, nós, alunos, e os país, fazíamos o máximo para facilitar o trabalho deles. Atualmente, parece que este respeito diminuiu um pouco. Até porque, alunos e pais começaram a achar que nem sempre os professores estão absolutamente corretos. Então, ficou mais democratizado. Mas a sociedade japonesa ainda mantém um respeito muito grande por seus professores. É uma profissão que ainda possui um prestígio social muito grande no Japão.

No Brasil, uma das principais discussões gira em torno dos baixos salários dos professores. No Japão, a remuneração destes profissionais está próxima da que é paga às categorias que ganham mais?
Funcionários públicos, em geral, ganham menos que as pessoas que atuam no setor privado, nas diferentes áreas. Há três tipos de funcionários públicos: os municipais, os provinciais e os nacionais. Quem ganha mais é o funcionário municipal, depois o provincial e depois o nacional. Isto para manter o equilíbrio entre os níveis. Até porque, se o funcionário nacional ganhar mais que o municipal, todos vão para este segmento e as prefeituras não podem contratar os melhores funcionários. Agora, professores, em geral, são provinciais. Assim, costumam ganham melhor que outras categorias de profissionais das províncias e, por consequência, que os profissionais nacionais.

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Fonte da imagem: jpkyah.blogspot.com

No caso do Brasil, especialistas ressaltam que, em função dos baixos salários pagos aos profissionais do magistério, as pessoas que têm melhor formação na Educação Básica buscam outras profissões. Com isto, seguem o magistério, em geral, os que têm base mais frágil. E no Japão? Há uma estrutura capaz de recrutar aqueles que têm melhor formação?
Esta tese me parece um pouco estranha porque não nos tornamos professores por causa do salário. Eles ganham melhor que outras categorias profissionais das províncias, mas não é por causa disto que as pessoas procuram esta profissão. Quem gosta de ensinar, quem gosta de Educação, é que se torna professor. Não é por causa do salário. Mas, repito, os salários são bons. Garantimos um bom salário, até para propiciar um bom nível de educação aos professores. Mas, o fundamental, é o interesse na missão de ensinar.

O Consulado Geral do Japão no Rio de Janeiro mantém um Centro Cultural. Há alguma programação voltada para escolas?
Temos feito cursos sobre o Japão, voltados para estudantes dos ensino fundamental e médio, que ministramos também em escolas. Neste curso, exibimos um filme sobre aspectos como Educação, História, Economia, entre outras áreas, naturalmente, dependendo da faixa etária dos estudantes. Muitas vezes, as crianças sequer sabem onde fica o Japão, quanto mais sobre o seu sistema político, o tamanho da economia, características da população, traços culturais, entre outras coisas.

Há boas oportunidades de intercâmbio estudantil no Japão?
Há várias universidades brasileiras importantes que mantêm programas de intercâmbio com instituições japonesas. Isto sem falar no que mantemos, no Consulado. As faculdades, por conta própria, e o governo oferecem suas bolsas de estudos. No caso do governo, há diferentes modalidades, porém, a mais procurada é a vinculada à pesquisa, pela qual o beneficiado, em nível de mestrado ou doutorado, dependendo do caso, faz pesquisas lá no Japão. Neste caso, é oferecida uma ajuda financeira em torno de 150 mil ienes por ano.

Como funciona este programa de intercâmbio do Consulado?
Temos bolsas para graduação e para escolas técnicas profissionalizantes. Em todas, o valor anual é de 125 mil ienes. As bolsas de pesquisa científica, como disse, são destinadas para pessoas que têm mestrado e doutorado. No caso das bolsas de graduação, os contemplados entram no curso universitário mesmo. Mas, para entrar, tem que fazer um concurso, semelhante ao vestibular daqui. A duração é semelhante à dos cursos no Brasil: de quatro a cinco anos. Em relação a cursos profissionalizantes, as bolsas duram, em geral, de dois a três anos. Da mesma forma, recebem o valor enquanto estudam. Há várias opções de curso, entre elas Moda, Música, Artes, Design e Enfermagem.

Fonte: http://humbertocapellari.wordpress.com/2010/07/28/sobre-a-educacao-no-japao/


  A EDUCAÇÃO NA FINLÂNDIA

Lição de casa e boas notas têm pouco peso no sistema educacional altamente bem-sucedido dos finlandeses.

Crianças finlandesas

São Paulo – A Finlândia tem um dos sistemas educacionais mais admirados do mundo. O país garante acesso universal e gratuito a escolas de qualidade e está em primeiro lugar no índice de educação global publicado pela ONU em 2008.

Como parte de uma reforma no ensino feita na década de 1970, o país paga melhores salários aos professores, limita o número de alunos em sala de aula, garante liberdade às escolas para trabalhar o próprio currículo e dá pouca atenção a avaliações e dever de casa.

O resultado pode ser medido em números: segundo dados de um levantamento feito pelo instituto Legatum, 94% dos finlandeses aptos concluem o ensino secundário e ingressam no ensino superior. A mesma pesquisa mostra que 82% dos finlandeses estão satisfeitos com a qualidade da educação no país.

Ficheiro:Flag of Finland.svg

A bandeira da Finlândia é também chamada de Siniristilippu. Ela tem duas faixas azuis que atravessam um plano de fundo branco. O azul representa os lagos da Finlândia, o mar Báltico e o céu, o branco representa a neve e as noites claras do verão finlandês. Foi declarada por uma lei promulgada em 29 de Maio de 1918, quase seis meses depois de sua independência. Um nova lei que regula entrou em vigor em 1978. Há dois modelos, a bandeira nacional (civíl) e a bandeira do estado, as duas seguem o mesmo modelo, a única diferença é que na bandeira inclui-se o símbolo naval da Finlândia no meio das hastes da cruz.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_da_Finl%C3%A2ndia

Confira, a seguir, quatro fatores pouco familiares à realidade do ensino brasileiro que contribuem para estes resultados:

 A escola só começa aos 7 anos de idade e, lição de casa, só na adolescência

Segundo a OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), as crianças finlandesas são as que passam menos horas dentro de sala de aula entre os países desenvolvidos. Embora existam creches e pré-escolas, a educação formal só começa aos 7 anos de idade – a ideia é que antes desta idade elas aprendem melhor brincando que em sala de aula – e os graus primário e secundário são integrados para que a criança não tenha que trocar de escola no meio do processo. Os “intervalos” podem, durar até 75 minutos e a lição de casa não é uma prática incentivada antes que os alunos cheguem ao meio da adolescência, por volta dos 16 anos de idade.

 Os alunos não são avaliados por notas!

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Uma das características marcantes do sistema educacional finlandês é o alto grau de autonomia concedido a escolas e professores. Não há nenhuma avaliação padrão obrigatória para os alunos a não ser por um único teste de língua, matemática e ciências naturais ao final do ensino secundário (quando os alunos têm entre 17 e 19 anos de idade). No dia a dia, os professores não avaliam os alunos por notas e sim por critérios descritivos, evitando comparações entre eles. Assim, o foco não é no desempenho dos alunos e sim do aprendizado de fato.

Todos os professores têm mestrado

Os professores fazem parte de uma categoria altamente prestigiada na Finlândia. Para poder ingressar no sistema de ensino – inclusive na educação básica – é necessário ter um mestrado. A seleção não é fácil: apenas 10% dos 5 mil candidatos que participam das provas todos os anos são aceitos pelas faculdades. E mesmo depois de pós-graduados, os professores continuam a se reciclar. Um professor passa, em média, 4 horas por dia em sala de aula e reserva duas horas semanais para se dedicar ao “desenvolvimento profissional”. 30% das crianças recebem reforço fora de sala de aula.

Se no Brasil reforço é visto como coisa de aluno preguiçoso ou atrasado em relação à turma, na Finlândia a ajuda extra classe é uma prática comum. Cerca de 30% dos alunos recebem algum tipo de atenção especial fora do horário de aula durante seus nove primeiros anos de educação formal. Muitas escolas são pequenas o suficiente para que os professores conheçam cada aluno pelo nome. Enquanto no Brasil a média é de 23 alunos por professor em sala de aula, na educação primária, na Finlândia a média é de 14 alunos por professor.

Fonte: http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/4-fatos-curiosos-que-fazem-da-educacao-na-finlandia-um-exemplo?page=2

 No período de 27 de abril a 14 de maio, um grupo de educadores participou da viagem educacional à Escandinávia, interessados em conhecer detalhes do modelo educacional da Finlândia e da Suécia e identificar as principais razões do sucesso na avaliação do PISA. Destaca-se, o orgulho de todos por ter feito parte da primeira missão brasileira a ser oficialmente recebida pelos governos dos dois países.

 Na Suécia houve um encontro especialíssimo, no Palácio Real de Estocolmo, com a Rainha Silvia, filha de brasileira e pai alemão, viveu em São Paulo dos 4 aos 13 anos, fala o português sem sotaque, é adorada pelos suecos, tem 3 filhos, e sua filha primogênita, a Princesa Vitória, é a primeira na linha de sucessão ao trono sueco.

 A Escandinávia possui hoje o mais elevado padrão de vida, mesmo entre as nações desenvolvidas. Nos últimos 30 anos, a Finlândia vem se destacando positivamente no cenário europeu e a educação tem papel fundamental na obtenção desse status quo . Hoje, esses países, e especialmente a Finlândia, que obteve a primeira colocação no exame do PISA, constituem modelos de excelência na educação e despertam grande interesse de governos, educadores, economistas e empresários do mundo todo.

  A comitiva, formada por mais de 70 educadores de várias regiões do Brasil, participou de seminários sobre o sistema educacional sueco e finlandês e realizou visitas a dezenas de escolas, com objetivo de conhecer e comparar o papel do Estado e da escola privada, a capacitação e o papel fundamental do professor, o grau de autonomia dado às crianças e aos jovens, a inclusão natural de todos os estudantes, inclusive dos imigrantes, o sistema de avaliação das escolas.

  Para ampliar ao máximo a visão sobre o sistema sueco e finlandês, foram incluídas visitas a instituições de ensino de diferentes níveis, do pré-escolar à universidade, pública e privada, de periferia e de bairros tradicionais.

   Sobre o PISA

O PISA, sigla de Programme for International Student Assessment , é uma avaliação internacional da qualidade da educação, patrocinada pelos países participantes da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, com coordenação nacional a cargo do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, órgão vinculado ao Ministério da Educação.

  A avaliação feita no PISA ocorre a cada ciclo de 3 anos, com um plano estratégico que se estenderá até 2015. As áreas principais, a que se dedicam 2/3 do tempo das provas são: Leitura, em 2.000, Matemática, em 2003 e Ciências, em 2006.

  No ano de 2006, 56 países membros da OCDE e países convidados, que é o caso do Brasil, participaram da avaliação do PISA. Em cada país são avaliados entre 4.500 a 10.000 alunos, de 15 e 16 anos, das 7ª. e 8ª. séries do ensino fundamental e do 1º. e 2º. anos do ensino médio, de escolas públicas e privadas.

O PISA tem uma particularidade, se comparado ao nosso SAEB, (*) Sistema de Avaliação da Educação Básica: a prova abrange, não somente os domínios curriculares, que é o caso do SAEB, mas, especialmente, os conhecimentos relevantes e as habilidades necessárias à vida adulta, com ênfase no domínio dos procedimentos, compreensão dos conceitos e capacidade para responder a diferentes situações do dia-a-dia.

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 (*) Em 2005, a Portaria Ministerial n.º 931 alterou o nome do histórico exame amostral do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), realizado desde 1990, para Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb). Por sua tradição, entretanto, o nome do Saeb foi mantido nas publicações e demais materiais de divulgação e aplicação deste exame.

 

Sobre a Finlândia

De um lado, ao extremo norte, a Finlândia faz fronteira com a Suécia, e de outro, em quase toda a sua extensão, com a Rússia. Helsinque, sua capital, é banhada pelas águas pouco salgadas do mar Báltico, e por esta razão se congela no inverno com uma camada de mais de 2 palmos de gelo. Neste período, os finlandeses praticam esqui sob o mar congelado, e alguns, os mais corajosos, fazem furos no gelo para pescar salmão.

Devido à inclinação do eixo da terra, uma vez ao ano, entre os dias 17 e 24 de junho, a Finlândia fica exposta ao sol 24 horas por dia – é o sol da meia-noite. Este período é tão importante que há festival de danças típicas ao ar livre para celebrá-lo.

Ao longo dos tempos, Suécia e Rússia dominaram a Finlândia – são 800 anos de história com a Suécia e 100, com a Rússia. Após a revolução russa, em 1917, a Finlândia ficou independente, portanto, apenas há 90 anos!

A população da Finlândia é de 5.200 milhões de habitantes e de Helsinque, 560 mil. Para efeito de comparação entre as cidades de referência, Estocolmo tem 900 mil, Oslo 529, Berlim 3.300 milhões e St. Petersburgo, 4.660 milhões, que juntas não alcançam a população de São Paulo!

E obrigado em finlandês é  kyytus !

  A Educação na Finlândia

 A nossa comitiva foi privilegiada ao ter tido não apenas um, mas dois encontros com Mrs. Eeva Pentilla, uma das mais respeitadas vozes em Educação da União Européia e responsável pelas escolas de Helsinque. Mrs. Pentilla, nos fez dois longos e apaixonantes relatos sobre a educação de seu país e nos confidenciou que pouco antes de sair o resultado do exame do PISA havia marcado uma reunião para discutir alguns pontos que considerava que não estavam nada bons nas escolas de Helsinque!! - Foi uma surpresa o 1º. lugar, não somos muito bons em matemática, gastamos mais tempo ensinando línguas, disse.

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 O sistema educacional da Finlândia é pequeno se comparado a muitos estados brasileiros. São 161 escolas básicas, as comprehensive schools – de 7 a 16 anos e 38 escolas secundárias, que totalizam pouco mais de 70 mil estudantes. Soma-se a este sistema os 26 mil alunos matriculados nas 37 escolas vocacionais ou técnicas, 130 mil nas 31 politécnicas e 176 mil nas 20 universidades.

 No período em que a Finlândia fez parte da Suécia, a educação era feita pela igreja, que exigia que toda pessoa que quisesse se casar na igreja deveria saber ler. Saber ler é fazer parte da sociedade, é muito importante um indivíduo ser aceito pela sociedade, ser aceito pelo vizinho, afirmam os finlandeses. Assim, esta idéia persiste até hoje, a única mudança é que a sociedade não quer ; saber ler, quer também a conclusão de todo o ciclo escolar básico.

  Em 1970 houve uma grande revolução na educação finlandesa. Isso foi necessário pois no antigo sistema 20% no máximo completava o ciclo básico. Em 20 anos a Finlândia reverteu significativamente essa porcentagem. Já em 2004, as estatísticas mostraram que 9 alunos estavam fora da escola, e atualmente, 12 alunos. Notem, não estou me referindo à porcentagem! E esses 12 alunos têm ocupado o tempo de vários educadores buscando diferentes formas do sistema educacional reabsorvê-los.

 No antigo sistema só a educação primária de 6 anos era gratuita, o restante da educação era paga. Em 1970, a educação básica passou a ser obrigatória e gratuita e com 9 anos de escolaridade e funcionamento das 8 às 15 horas. Também são gratuitos, durante os primeiros 9 anos, o transporte, a refeição e todo o material escolar. Após este período, os alunos têm que pagar os livros.

Na Finlândia, não se ensina a ler no ensino pré-escolar - a criança tem o direito de ser criança por mais tempo, ensinam, e está pronta para aprender a ler a partir dos 7 anos, afirmam.

Respondendo sobre a principal diferença entre o sistema educacional sueco e finlandês, Mrs. Pentilla deu o seguinte exemplo: se pais suecos saem para esquiar com o filho e o filho cai, eles correm para acudir; pais finlandeses, na mesma situação, simplesmente olham e dizem: - se levanta você é capaz, você consegue. Assim, a palavra de ordem no sistema educacional finlandês é: AUTONOMIA.

Existem escolas privadas na Finlândia, as independentes, como são chamadas. Todas são gratuitas, totalmente financiadas pelo Estado e abertas ao controle do Estado. A expansão do ensino privado é bastante incentivada pelo governo - só o setor privado reúne condições para atender às necessidades de uma sociedade que demanda por serviços educacionais cada vez mais diversificados.

Os reitores das escolas independentes, assim como os das públicas, são executivos recrutados no mercado, que têm que provar, ano a ano, que aplicaram bem os recursos recebidos para continuar no cargo.

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Na Finlândia as escolas são consideradas um ótimo local para se trabalhar. Muitos querem atuar nas escolas, especialmente na docência. O prestígio dos professores é alto. Esses profissionais são valorizadíssimos e é comum auferirem salários superiores aos dos reitores, e ganham ainda mais aqueles que ensinam nos dois primeiros anos iniciais, considerados os mais importantes na motivação da aprendizagem. Se não forem adequados, podem interferir negativamente em todos os anos seguintes, afirmam. Os professores que atuam no nível fundamental contam com um suporte de psicólogos para atendê-los.

Se alguns alunos têm continuamente problemas de aprendizagem, a escola dispõe de professores especiais para recuperá-los. Na prática, se a dificuldade é em matemática, o aluno vai estudar com um professor especializado em problemas de aprendizagem, não com um professor de matemática. E a “recuperação” não ocorre após as aulas: mais tempo não motiva a criança ao aprendizado, pelo contrário, só faz cansá-la ainda mais. Também não são dados muitos exercícios aos alunos com dificuldades de aprendizagem - a quantidade de tarefa escolar é de acordo com as necessidades de cada um. E, ademais, as aulas e os exercícios escolares são organizados de tal forma que o aluno tenha tempo para o lazer.

Os alunos com dificuldades de aprendizagem não muito severas, estão integrados na mesma turma, e neste caso, a classe conta com um professor assistente. Pode ocorrer de ter 2 ou 3 professores em sala de aula. Para aqueles com dificuldades mais sérias, há escolas especializadas que funcionam dentro das escolas normais.

A formação do professor é feita na universidade que dura de 5 a 6 anos, a do professor assistente, nas escolas politécnicas. Assim como a dos médicos é na universidade e a dos enfermeiros, na politécnica.

Em Helsinque para cada 800 alunos há um psicólogo e um assistente social, com locais de trabalho próprios dentro das escolas. Todos os alunos quando ingressam na escola têm uma entrevista com o psicólogo e com o assistente social. Graças a essa rotina de entrada, mais tarde, se eventualmente vierem a precisar de ajuda, não se sentirão estigmatizados pois já os conhecem.

As mulheres finlandesas são consideradas “beges”, ou seja, são as que menos gastam com cosméticos em toda a União Européia, por outro lado, são bem motivadas para os estudos. Segundo resultado de uma pesquisa, elas atribuem muito valor ao homem que esteja no mesmo nível intelectual. Do universo feminino 70% tem curso superior, contra 40% do masculino, e a tendência é aumentar, na medida em que as mulheres vêm obtendo melhores resultados nos históricos escolares.

Muitos homens, por não terem cursado a universidade nem a escola politécnica, estão fora do mercado de trabalho. Isso pode ser uma das causas pela qual a Finlândia enfrenta um problema bastante sério – o alto índice de suicídio, especialmente dos homens entre 20 e 30 anos. Diante disso, os responsáveis pela educação vêm desenvolvendo intensamente ações para ampliar a participação masculina no ensino superior.

Um dos aspectos que contribuíram para os excelentes resultados no PISA é o nível de formação das mães, que é alto na Finlândia. Cabe mais à mãe e não aos pais, a responsabilidade em motivar os filhos à aprendizagem. Soma-se aos bons resultados os alunos serem motivados, permanentemente, a ler muito.

É um mau exemplo na Finlândia os pais levarem as crianças de carro à escola. Elas são levadas a se virarem por si mesmas.

Uma tradição finlandesa muito popular é o hábito de se fazer sauna. Como a escola deve ser uma extensão da casa e toda casa tem sauna, então na escola também deve haver uma. E regularmente alunos e professores fazem sauna, e não são encontros puramente festivos ou de lazer, são oportunidades para contextualização de conhecimentos.

Não há câmeras espalhadas pelas escolas, em hipótese alguma. As escolas são ambientes familiares - se não há câmeras nas casas não haveria razão de tê-las nas escolas. Em algumas escolas, alunos, professores, e funcionários, tiram os sapatos ou tênis com intuito de fazerem menos barulho e também para se sentirem mais confortáveis como se estivessem em casa.

Registra-se que durante as visitas às escolas não houve citação de nomes de teóricos que dão sustentação ao ensino na Finlândia. Enfaticamente é reforçada a autonomia dos professores, a confiança depositada neles no fazer bem o trabalho de ensinar. Há métodos de alfabetização específicos para ensinar famílias de imigrantes, outros, para ensinar crianças com maior nível de informação e domínio da língua, enfim, a educação é individual não é algo que se faça em massa.

   Sobre a Suécia

A capital do Reino da Suécia é Estocolmo, que está construída sob 14 ilhas e há muitas e muitas pontes. É considerada a Veneza do Norte.

 A religião dominante é luterana (94%) católica (4%) e outras (2%). As três coroas é o símbolo da Suécia.

bandeira-suecia

 A Bandeira Nacional da Suécia é composta por duas cores: azul e amarela.

O desenho da Cruz Nórdica, tendo sido primeiramente utilizado na bandeira da Dinamarca, é padrão para todos os outros países nórdicos; as cores, azul e amarelo, são do brasão de armas da Suécia (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_da_Su%C3%A9cia).

Dizem os suecos que é mais barato manter a monarquia do que mudar o presidente de 4 em 4 anos, e as primeiras-damas a fazerem as mudanças nas cortinas, nos sofás...

   A Educação na Suécia

A Suécia conquistou a 10ª. posição na avaliação do PISA, e de uma forma geral, há muita similaridade nos dois sistemas de ensino, assim, muitas situações encontradas nas escolas da Finlândia se repetem nas da Suécia e vice-versa.

Tal como na Finlândia, o sistema escolar sueco está baseado na autonomia . Desde 1991, foi delegada muita responsabilidade para as escolas, para os gestores e para a municipalidade. O governo e o parlamento ditam a forma e os objetivos a seguir e as escolas devem fazer avaliação periódica para constatar se as exigências legais estão sendo seguidas.

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 Nos últimos 20 anos houve muita modificação na pré-escola. Segundo a legislação sueca, se os pais querem trabalhar a comuna tem que garantir a integração da criança na escola. Assim, a pré-escola tem 2 funções: permitir que os pais trabalhem e garantir a possibilidade de inserção da mulher no mercado de trabalho. Para isso, as escolas infantis funcionam das 6:30 às 18:30 horas. Estão integradas no ensino infantil 98% das crianças com 3 e 4 anos.

Formação Técnica

A partir de 1980 houve uma mudança de paradigma na formação profissional dos técnicos – a formação profissional , dá lugar à preparação profissional. Antes, os alunos só aprendiam a trabalhar com as mãos. Para ser um cidadão, não se pode ter conhecimentos só da prática. Há que se dominar a língua e se ter conhecimentos matemáticos. Hoje, 1/3 dos estudos é teórico. Os empregadores consideram que os estudantes de hoje não são tão rápidos no ofício. Por meio de encontros e reuniões, as escolas buscaram a mudança de mentalidade dos empresários para melhor aceitação e conseqüentemente manutenção do emprego desse novo técnico. O professor tem como uma de suas atribuições visitar freqüentemente as empresas em busca do ajuste da formação. E a formação pedagógica desses professores deve ser garantida pela escola.

Todas as escolas fundamentais, secundárias ou pós-secundárias funcionam em período integral – das 8 às 15 horas.

 A licença maternidade é longa na Suécia – 14/16 meses. É um direito da criança e não dos pais. É a criança que tem o direito de estar junto dos pais por mais tempo.escandinavia

No período de 1991 a 2006 cresceu muito o número de escolas privadas na Suécia, e,  assim como na Finlândia, são totalmente gratuitas. A razão principal dessa expansão, se deve ao incentivo dado pelo governo, por entender que as escolas independentes podem atender melhor as diferentes peculiaridades e anseios da comunidade, e ainda, permitir a livre escolha do aluno, que por meio de um “ vaucher” decide onde quer estudar.

Há uma escola, por exemplo, só para alunos que têm pais trabalhando no exterior e pais do exterior trabalhando na Suécia. Numa outra escola, a peculiaridade é a prova de música ser eliminatória para o acesso. Os alunos fazem “cursinho” de canto, se quiserem estudar nesse tradicional ginásio. Já numa outra, que tem por missão ser uma escola politécnica européia: não se aceita professores americanos, latinos ou asiáticos, por exemplo, nem alunos de outra nacionalidade que não a dos países europeus, e os temas estudados são de interesse tão somente da Europa.

Nas escolas, mesmo nas mais elitizadas, é comum ter oficinas e cozinhas para que os alunos, a partir de 13 anos, aprendam a consertar bicicletas, aparelhos domésticos, entendam os fundamentos da hidráulica, da elétrica, da mecânica, preparem o almoço e lanche, etc. É o conceito da autonomia presente. E atenção: meninos e meninas participam!

Como cada aluno traz o seu vaucher , mais aluno significa mais dinheiro para a escola, aí se estabelece a concorrência entre as escolas. A escola que não atrai um número mínimo de alunos é fechada, assim, para se tornar mais competitiva a qualidade e os feitos das escolas são bastante divulgados.

As razões do sucesso das melhores escolas são atribuídas à escolha meticulosa dos professores. Eis as características de um bom professor:  possuir amplo conhecimento da matéria;dar ao aluno a responsabilidade de seus estudos;ser colaborador com seus colegas professores;ter uma perspectiva alargada para ensinar.

Embora a direção das escolas tenha autonomia para determinar a quantidade de alunos em cada sala de aula, a média é em torno de: 17 nas escolas infantis; 20 nas escolas fundamentais e 30 nas secundárias.

escandinávia

O percentual de alunos que termina o liceu, o equivalente ao ensino médio, e vai para o ensino superior é de 44%. Todavia, nem sempre basta ter o diploma e boas notas pra ingressar na universidade, às vezes, é preciso vir de uma escola renomada. É assim, por exemplo, na conceituada universidade de pesquisa de Estocolmo, a Royal Institute of Technology – RTH, pronuncia-se kô-te-rro, que exige, digamos assim, pedigree no diploma do ensino médio. A RTH atua com foco em Arquitetura e Engenharia, tendo por missão “excelência em educação, pesquisa e empreendedorismo”. Suas áreas mais procuradas são: Arquitetura e Energia, e mais ultimamente, a tendência é para a área de Ecologia Industrial. Constitui área de interesse em todas as disciplinas da RTH o tema Desenvolvimento Sustentável.

 Os reitores têm total autonomia na aplicação dos recursos recebidos da administração central, e a quantidade não está vinculada aos resultados de desempenho. Implicitamente isso quer dizer que todas as escolas têm que ser competentes na sua finalidade última. As palavras mais importantes que os reitores devem conduzir seus alunos a serem são: competentes , ativos e curiosos , e tudo isso tem que ser buscado de forma agradável.

   Educação Multicultural

Na Suécia, 87% dos estudantes têm outra língua materna. Há princípios que regem o bem estar da criança na escola, e, um deles, é ter a própria língua falada na escola. Se a língua for “viva” em casa ela deverá ser dada na escola. Por conta disso, o ensino da língua ocupa um espaço muito especial na Suécia. Para se ter uma ideia dessa especialidade, há um departamento pertencente à Secretaria de Educação de Estocolmo que tem 430 professores para atender as escolas em 52 diferentes línguas. E para se ensinar a língua é preciso que o professor seja do país de origem. Assim, há muitos professores estrangeiros na Suécia. Como exemplo, numa das escolas visitadas havia mais de 20 idiomas representados! Investe-se muito dinheiro na formação dos professores de línguas.

   Avaliação das Escolas na Suécia

O primeiro nível de avaliação é feito pela própria escola e um dos pontos essenciais que deve ser levado em consideração é o atendimento dos objetivos propostos pela escola.

Assim acontece a inspeção das escolas:

Os inspetores se apresentam à escola e informam que entre 2 a 8 meses retornarão para visitá-la

  • avaliam a qualidade da escola: olham o , a relação da escola com os pais, com a família, assistem aulas, entrevistam professores e alunosin loco site
  • são discutidos com a escola os principais pontos e apresentam um relatório de 15 páginas, com considerações sobre os pontos fortes e fracos e os pontos que necessitam de mudança.
  • após 6 ou 8 meses da visita, se reúnem com os professores, alunos e diretores para checar o que foi feito, tendo por base o relatório feito durante a visita.

As visitas de inspeção das escolas são feitas ao longo de 3 anos. Os inspetores são bem vindos, especialmente pelas escolas particulares, pois têm neles um consultor de graça. Às escolas é solicitado que coloquem nos seus sites os relatórios de avaliação, no entanto, só 20% o fazem, geralmente as melhores avaliadas. Anualmente as escolas têm que entregar à administração central o “Quality Report”, e não existe avaliação de professores separadamente, a avaliação é da escola.

   Ênfases

Existem três assuntos que tanto escolas suecas como finlandesas dão muita ênfase – religião, línguas e arte.
Religião
- o ensino religioso é obrigatório. A todos os alunos se ensina a religião, de cada um deles. A partir de 3 alunos de uma determinada religião, a escola deverá se organizar para oferecer a religião deles, e não precisam ter a mesma idade para compor a turma.

Línguas – aos 9 anos de idade toda criança deve começar o aprendizado de uma segunda língua. Se aos 9 anos um aluno escolher outra língua que não o inglês, aos 10, obrigatoriamente deve escolher o inglês. Assim, todos, sem exceção, devem alcançar conhecimentos iguais em duas línguas, sendo o inglês uma delas. Além disso, aos 11 anos, cerca de 70% escolhem uma terceira língua. Entre os alunos do liceu, mais da metade aprendem 4 línguas! Há uma preocupação do sistema educacional no ensino da língua materna aos imigrantes. Pesquisas comprovam que uma pessoa perde 40% de sua inteligência se ela não fala a sua língua materna. Ademais, a língua materna é a língua dos sentimentos. Quando um imigrante chega à Finlândia, passa um ano estudando na sua língua materna para se habituar à cultura, aos costumes e muito intensivamente à língua finlandesa. Depois disso, estará apto para ir à escola que escolher. A Finlândia faz isso também por questões econômicas, é preciso que haja pessoas com boa formação em qualquer ocupação, seja ela qual for.

Artes a arte está por toda parte em todas as escolas, com funções altamente educativas e culturais. Há exposições de fotos, desenhos, pinturas, esculturas, instalações, concertos musicais, mostras de textos literários, poesias, etc. Nas paredes das salas de aula, nas portas, nos corredores, nos pátios, estampam-se muitas informações sobre o mundo das artes. Essa profusão de cores, formas, designs , ativam diferentes funções do cérebro.

Por fim, a Finlândia afirma que é a escola que tem a responsabilidade pela aprendizagem do aluno e não a família; esta se responsabiliza pela criação. Diferentemente do nosso país que constitucionalmente diz que a educação é dever, também, da família. O que temos assistido nas últimas três décadas, são centenas de milhares de famílias e de escolas colhendo juntas os frutos amargos da incompetência da arte de ensinar.

Em 2003, a avaliação aplicada pelo Ministério da Educação, por meio do SAEB, reafirma o péssimo desempenho das escolas: 95,2% das crianças concluem a 4ª. série sem saber ler nem escrever adequadamente e 96,8% dos adolescentes concluem a 8ª. série sem raciocínio básico de matemática! O desempenho do Brasil no PISA não poderia ser diferente diante desse cruel cenário nacional – está posicionado na rabeira do mundo!

Para que as escolas brasileiras possam melhorar seus indicadores de qualidade não há mágica, é preciso muito esforço de todos, no entanto destaco como prioritário: 100% de atenção ao novo curso de Pedagogia, que desde 2006 é responsável pela formação dos professores que vão atuar nas cinco séries iniciais do Ensino Fundamental, e foco dos gestores das escolas na eficácia da alfabetização.

(*) Ana Cristina Canettieri, administradora, com pós-graduações em universidades nacionais e internacionais. No período de 1980 a 1992 foi assessora técnica no Ministério da Educação, em Brasília. É sócia diretora da Cadec, desde 1993, e diretora do Centro Educacional Paulo Nathanael, escola de formação de gestores educacionais.

Fonte: http://www.cadec.com.br/destaques/92-a-educacao-na-finlandia-e-na-suecia-e-as-razoes-do-sucesso-na-avaliacao-do-pisa.html


  A EDUCAÇÃO NA CORÉIA DO SUL

O círculo encontrado no centro da bandeira de fundo branco, é a representação da simbologia do Yin e Yang; símbolo de origem chinesa.


Esse mesmo círculo, perfeitamente delineado, representa o Absoluto. Dividido perfeitamente em partes identicas, o pedaço azul do círculo representa o Yin e a parcela vermelha do círculo, representa o Yang.
Como já é de conhecimento, Yin e Yang expressam a dualidade eterna: água e fogo; luz e escuridão; dia e noite; macho e fêmea; o ser e o não-ser; a vida e a morte (…) Toda essa dualidade compreendida dentro do absoluto, representa o paradoxo da vida e o fato de não conseguir compreendê-la integralmente.
As quatro combinações de três barras horizontais representam os quatro pontos cardeais e os quatro mares que limitam o Globo.
Esses trigramas em cada canto dão idéia de posição e equilíbrio.

 As três linhas inteiras representam o céu;

  • Do lado oposto, as três linhas quebradas representam a terra;
  • No canto inferior esquerdo, as duas linhas inteira com uma linha quebrada no meio, representam o fogo;
  • Do lado oposto, as duas linhas quebradas com uma linha inteira no meio, representam a água.
  • Fonte: http://koreanstandardtime.wordpress.com

O que o país pode aprender com o bem-sucedido modelo de educação implantado na Coreia do Sul.

1. Concentrar os recursos públicos no ensino fundamental – e não na universidade – enquanto a qualidade nesse nível for sofrível.

2. Premiar os melhores alunos com bolsas e aulas extras para que desenvolvam seu talento.

3. Racionalizar os recursos para dar melhores salários aos professores.

4. Investir em polos universitários voltados para a área tecnológica.

5. Atrair o dinheiro das empresas para a universidade, produzindo pesquisa afinada com as demandas do mercado.

6. Estudar mais. Os brasileiros dedicam cinco horas por dia aos estudos, menos da metade do tempo dos coreanos.

7. Incentivar os pais a se tornarem assíduos participantes nos estudos dos filhos. Aula em escola primária sul-coreana (foto: Yonhap).

As lições da revolução educacional finlandesa para o mundo

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/as-licoes-da-revolucao-educacional-finlandesa-para-mundo-4077243#ixzz2D00HjVjG
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 Aula em escola primária sul-coreana (foto: Yonhap)

A Coreia do Sul e o Brasil já foram países bastante parecidos. Em 1960, eram típicas nações do mundo subdesenvolvido, atoladas em índices sócio econômicos calamitosos e com taxas de analfabetismo que beiravam os 35%. Na época, a renda per capita coreana equivalia à do Sudão: patinava em torno de 900 dólares por ano. Nesse aspecto, o Brasil levava alguma vantagem – sua renda per capita era o dobro da coreana. A Coreia amargava ainda o trauma de uma guerra civil que deixou 1 milhão de mortos e a economia em ruínas. Hoje, passados quarenta anos, um abismo separa as duas nações. A Coreia exibe uma economia fervilhante, capaz de triplicar de tamanho a cada década. Sua renda per capita cresceu dezenove vezes desde os anos 60, e a sociedade atingiu um patamar de bem-estar invejável. Os coreanos praticamente erradicaram o analfabetismo e colocaram 82% dos jovens na universidade. Já o Brasil mantém 13% de sua população na escuridão do analfabetismo e tem apenas 18% dos estudantes na faculdade. Sua renda per capita é hoje menos da metade da coreana. Em suma, o Brasil ficou para trás e a Coréia largou em disparada. Por que isso aconteceu? Porque a Coréia apostou no investimento ininterrupto e maciço na educação – e nós não. Enquanto os asiáticos despejavam dinheiro nas escolas públicas de ensino fundamental e médio, sistemática e obstinadamente, o Brasil preferia canalizar seus minguados recursos para a universidade e inventar projetos mirabolantes que viravam fumaça a cada troca de governo. Ou seja, gastava munição atirando para todos os lados sem acertar alvo nenhum. Desnecessário dizer quem estava certo.   

A Coreia do Sul é uma sociedade obcecada pelo estudo, como revela uma visita a uma de suas escolas. A que o menino Jae-Ho Lee cursa em Seul, por exemplo, exige dos alunos que cheguem meia hora antes das aulas para estudar a lição do dia anterior. Aos 14 anos, Lee obedece a uma disciplina de soldado. Sai de casa às 7 horas e volta às 16. Tem tempo apenas para fazer os deveres e correr para um novo turno de aulas vespertinas. Além de um curso de inglês, o menino frequenta um instituto especializado em matemática, onde fica internado quatro horas e meia por dia praticando cálculo e do qual só sai perto da meia-noite. Não porque seja um aluno ruim. Pelo contrário: ele é o primeiro da turma da escola em matemática, onde está na 7ª série do ensino fundamental. Faz aulas extras para adiantar a matéria. No curso, Lee resolve questões do 1º ano do ensino médio. Competir nos estudos é, para ele, como praticar um esporte. Quando vai ao computador depois das provas, para conferir se continua no pódio, tem cãibra e dor de barriga. "Eu suo para manter minha liderança, é a minha vida que está em jogo", diz. A quatro anos da formatura escolar, ele perde o sono preocupado em conseguir entrar em uma universidade de prestígio e arranjar um bom emprego. Lee ajuda a compor a estatística segundo a qual 80% das crianças coreanas passam pelo menos dez horas diárias em frente ao quadro-negro. Ele é, ainda, o retrato de um país que tem na formação de cérebros o principal motor de sua economia.educação 

 É um equívoco imaginar que a experiência da Coreia possa ser integralmente transplantada para o Brasil. Como a maior parte das sociedades orientais, a coreana exibe um sentido de hierarquia que não encontra paralelo entre os brasileiros. Ela também é muito mais homogênea cultural e etnicamente, não só em razão de a Coreia ser uma nação pequena, como também pelo fato de o país não ter recebido milhões de imigrantes das mais diversas partes do mundo – o contrário do Brasil, que exibe um território vasto e é um cadinho de culturas e etnias. Hierarquia e homogeneidade (além de uma boa dose de competitividade neurótica, acrescentaria um crítico) estão na base do sucesso do modelo educacional coreano. Mas, mesmo ressaltadas as peculiaridades que permitiram a sua implantação, é possível extrair dele lições para o Brasil. Entre todas as políticas adotadas pela Coreia nos anos 60 para aumentar os índices educacionais do país, uma, de natureza simples, colheu efeito excepcional: o investimento público concentrou-se no ensino fundamental e ficou a cargo da iniciativa privada cuidar da proliferação do ensino superior. Para um país que amargava um PIB africano, era necessário fazer uma escolha – e canalizar recursos para as escolas resultou em um sistema público homogêneo e de bom nível. Os números dimensionam o fenômeno. Segundo um exame internacional feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), para avaliar o rendimento escolar em quarenta países, a Coreia revelou ter o sistema mais igualitário de todos, com pouquíssima diferença no resultado dos alunos. O detalhe positivo: a esmagadora maioria vai bem. No ranking, o país alcançou o terceiro lugar em matemática e o quarto em ciências, enquanto o Brasil ficou, respectivamente, com a última e a penúltima colocações nas duas matérias. Por trás das notas, há um aspecto fundamental. A Coreia não apenas investe mais em educação do que o Brasil (6,8%, contra 5,2% em relação ao PIB), como também continua a fazer uso mais eficiente do dinheiro. Os coreanos gastam duas vezes mais na formação de um universitário do que na de um aluno de ensino fundamental, o que é uma proporção equilibrada para padrões internacionais. No Brasil, um universitário custa dezessete vezes mais.

O resultado do investimento coreano nas escolas públicas é visível. Todas as salas de aula são equipadas com um telão de plasma onde os professores projetam suas aulas, os laboratórios de computação têm máquinas de última geração ligadas à internet e as bibliotecas, de tão completas, atraem famílias inteiras nos fins de semana. "Não posso me queixar de falta de dinheiro", diz Cho Soo-Bock, diretor da escola Shindong, orgulhoso do investimento recente em uma piscina de dimensões olímpicas e em um laboratório de informática que substituirá o atual, já bastante moderno. Além da infraestrutura, o dinheiro despejado nas escolas produziu na Coreia salários bastante atrativos para os professores, que estão entre os mais bem pagos do mundo. De acordo com a OCDE, um professor experiente de ensino fundamental ganha na Coreia um salário mensal médio de 6.000 dólares, numa medição internacional que leva em conta o poder de compra no país. É seis vezes mais dinheiro do que embolsa um profissional brasileiro de mesmo nível. Trata-se de uma carreira que confere status. Uma pesquisa feita pela Universidade Nacional de Seul chegou a uma conclusão interessante sobre o assunto: para as mulheres da Coreia, o professor é visto como o "melhor partido para casar" porque tem emprego estável, férias longas (raridade no país), jeito para lidar com crianças – e ótimo salário. Além de dinheiro no bolso, ele dispõe de condições de trabalho exemplares, com dedicação exclusiva a uma só escola e direito a quatro horas diárias para preparar aulas e atender os estudantes. Leva-se o ensino tão a sério que até professor de jardim de infância precisa ter diploma de ensino superior (e a maioria conta com a pós-graduação). 

Exames que têm como objetivo medir o nível dos estudantes, entre eles o brasileiro Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), comprovaram que há dois fatores fundamentais para explicar o bom resultado nas provas. Um deles é o preparo e a dedicação do professor encarregado das aulas. O outro é a participação da família na educação dos filhos. O Brasil é deficiente em ambos os casos. A participação vigilante dos pais coreanos na educação dos filhos produz em série histórias como a da família Park. Os pais se sentem realizados quando podem organizar uma feira de ciências na escola dos filhos e gastam 30% do orçamento mensal para proporcionar às crianças uma maratona de aulas extras. Mesmo sendo o ensino predominantemente público, a Coreia conta com um prolífero mercado de aulas extras, basicamente dadas em institutos particulares. Só no ano passado, ele movimentou 26 bilhões de dólares. A maioria dos estudantes não se matricula num desses institutos porque corre o risco de repetir o ano, e sim em nome da ambição de ser os melhores da turma.

A fixação coreana pela educação tem raízes profundas na cultura do país. O confucionismo, doutrina milenar de origem chinesa, já difundia valores como a dedicação ao trabalho e a exaltação ao estudo na Coreia de cinco séculos antes de Cristo. Em 1950, a guerra entre o norte e o sul do país produziu imagens comoventes como a de crianças tendo aulas sob lonas cercadas de destroços. A revolução que fez do modelo coreano referência mundial, no entanto, começou na década de 60, no rastro de grandes mudanças colocadas em prática pelo general Park Chung Hee. O general, que tomou o poder por meio de um golpe militar, pilotava com mão de ferro tanto as questões da economia como as da educação. A economia coreana sob seu comando foi movida por planos cíclicos de desenvolvimento com vistas a tornar a Coreia uma nação industrial e exportadora. O primeiro foco foi no ramo têxtil, depois na indústria pesada. Para movimentar as novas atividades econômicas, além de investir firme na educação básica, o governo atraiu para escolas técnicas hordas de coreanos pouco preparados, com a promessa de liberá-los do serviço militar obrigatório e lhes arranjar bons empregos. De outro lado, criou institutos de ensino superior voltados para ciência e tecnologia, que passaram a produzir pesquisa de ponta e patentes. "Investir em capital humano gerou produtividade e riqueza para a Coreia", diz o economista americano Jim Rohwer em seu livro Asia Rising (O Surgimento da Ásia). 

Produzir tecnologia e colocar-se à frente do Japão, país que dominou a Coreia entre 1910 e 1945, é outra das obsessões nacionais – e os coreanos vêm canalizando recursos para formar tropas de engenheiros aptos a dar conta desse objetivo. Trinta por cento dos jovens que concluem a universidade saem graduados em engenharia. Ao assistir a uma aula típica do jardim de infância Ewha, em Seul, entende-se como se forja o encantamento que a tecnologia exerce sobre os coreanos: uma das atividades das crianças de 5 anos é tirar fotos com máquinas digitais e montar uma história manipulando as imagens no computador, tarefa que elas já realizam com destreza. Uma incursão nos laboratórios do Kaist, instituto de ensino superior especializado em tecnologia, também joga luz nas dimensões dessa mania high-tech. Embrulhado em roupas que lhe dão a aparência de um astronauta (o uniforme no laboratório de semicondutores), o estudante de mestrado Sunghyun Go, 23 anos, conta que, nos raros intervalos do trabalho, sua diversão e a dos colegas é resolver equações matemáticas. Frequentemente, Go vara a madrugada dentro do laboratório porque nada o faz interromper uma experiência pela metade. Essa rotina explica as olheiras que marcam o rosto dos jovens cientistas de lá. A palavra de ordem na Kaist, conhecida na Coreia como MIT asiático, numa referência à renomada universidade americana, é produzir robôs humanizados e sistemas para casas futurísticas. "Tudo o que fazemos tem como objetivo virar produto no mercado", diz o físico Kyungho Ko, vice-presidente da faculdade. formandos

 Na Coréia do Sul, população com diploma universitário quase que dobrou em dez anos. Fonte da imagem: nonacre.blogspot.com.

A Coreia conseguiu promover um eficiente casamento entre o ambiente acadêmico e a indústria, força motriz para o tão almejado avanço tecnológico. O resultado é uma troca que beneficia as duas partes: os cofres das universidades coreanas são irrigados com dinheiro da iniciativa privada e as empresas fazem uso de pesquisadores e infra estrutura para desenvolver seus produtos. Esse é um cenário do qual o Brasil está longe. Na Korea University, por exemplo – universidade particular de onde saíram 20% dos atuais CEOs coreanos –, a Samsung não só contribuiu para a construção de um moderno prédio para pesquisa como ajudou a elaborar o currículo de uma faculdade que forma engenheiros especializados na produção de telas de televisão. Sim, na Coreia há jovens se graduando nessa área da engenharia porque o mercado está ávido por especialistas no assunto. "É um bom exemplo do pragmatismo coreano", diz Doo-Hee Lee, diretor acadêmico na universidade. Há outros. Em 1986, a Posco, uma das maiores companhias de aço do mundo, investiu 7 bilhões de dólares em uma universidade voltada para tecnologia, a Postech. Foi a primeira a oferecer curso para formar engenheiros especializados em aço. Hoje 20% dos funcionários da Posco são recrutados no campus.

A sociedade coreana é movida pela competição, incentivada à exaustão desde a infância. Até nos momentos de diversão os jovens ficam enfurnados nas salas de karaokê, empenhados em vencer uns aos outros na cantoria de hits americanos, como os de Simon & Garfunkel. Explica-se: a máquina dá uma nota a cada performance. Eles também travam demorados duelos nos jogos de computador, febre da juventude coreana. A competição é ainda mais estimulada, evidentemente, no ambiente escolar. Botar crianças de 10 anos em frente ao computador para saber qual delas é a mais rápida no manuseio do teclado é atividade comum na rotina coreana. As olimpíadas internacionais de matemática são outro acontecimento na Coreia. O evento mobiliza milhares de jovens ansiosos por conquistar a chance de representar o país na disputa. A maior de todas as competições, no entanto, é a do ingresso na universidade. Enquanto no ensino básico as escolas apresentam qualidade semelhante, a Coreia tem no nível superior um trio de faculdades de elite conhecido como SKY (as iniciais das universidades de Seul, Korea e Yonsei, que formam a palavra céu em inglês). Para estar "no céu", como dizem os coreanos, dá-se o sangue nos estudos. As notas obtidas no ensino médio contam na hora de entrar na universidade e são somadas à de uma espécie de prova vestibular. "Ver um filho ter uma boa nota nesse exame é a razão de ser dos pais coreanos", diz Chong Jae Lee, presidente do Kedi, instituto de pesquisas educacionais.

As boas universidades empreendem uma explícita política de caça aos melhores alunos. Elas investigam os boletins dos estudantes de ensino médio, rastreiam os que têm desempenho escolar acima do comum e fazem de tudo para atraí-los, em alguns casos antes mesmo de terem completado o ciclo escolar, dando-lhes garantia de gratuidade, mesada, aulas extras e isenção de vestibular. O objetivo é lapidar talentos individuais e transformar potencial em resultados concretos. Os jovens rivalizam, portanto, porque sabem que no futuro poderão ser recompensados por suas habilidades especiais e pelo esforço. Esse é o lado saudável da competição coreana. Mas há um efeito negativo. A pressão sobre os jovens é tanta que contribui para a Coreia figurar entre os países com a maior taxa de suicídio na adolescência. Outro dado que preocupa é o fato de 20% dos alunos de ensino médio já terem pedido ajuda a um terapeuta para lidar com o stress dos estudos. Aos 6 anos, Kang Jim Won chora compulsivamente no meio da sala de aula porque tirou nota vermelha em matemática. "Sou um fracasso", desespera-se a menina. Entende-se por que muitos jovens coreanos sonham um dia ir para os Estados Unidos, como fizeram os filhos da dentista Cho Dong, de 10 e 13 anos. "Enviei meus filhos para estudar em escola americana porque queria evitar que passassem pelo massacre coreano", resume Dong. Eles também fogem do excesso de disciplina. Até hoje, é comum encontrar crianças de castigo nas escolas da Coreia com os braços para o alto e o rosto virado contra a parede.

 

sem analfabetismo

Na Coréia do Sul, o analfabetismo foi praticamente erradicado. Fonte da imagem: kairosserra.blogspot.com

Uma saída eficiente para a escassez de dinheiro na época em que a Coreia era pobre foi colocá-lo no lugar certo – as salas de aula do ensino fundamental, onde estava a massa dos estudantes. Funcionou lá e poderia dar certo por aqui. A Coreia também entendeu cedo que o professor é a alma do processo de aprendizado. Por isso, o governo fez desse ofício um dos mais bem pagos e respeitados do país. Para os professores coreanos, ter mais de um emprego, coisa comum no Brasil, não só é proibido por lei como soa ilógico. "Não entendo como pode funcionar assim no Brasil", espanta-se a professora Yang Sue Icyung. Por fim, a Coréia conseguiu implantar um sistema movido pela ideia do mérito, no qual os bons estudantes são premiados desde a escola até a vida adulta. Foi com essa cartilha que o país conseguiu entrar no século XXI capaz de alcançar renda per capita equivalente à de países europeus e um altíssimo nível de desenvolvimento tecnológico. Na capital, Seul, os motoristas pilotam carros guiados por um sistema que informa as melhores ruas para evitar um engarrafamento, os trens do metrô têm telões de plasma e, nas residências, há geladeiras com monitores de computador pregados na porta que avisam quais alimentos estão em falta ou expiraram o prazo de validade. Até as igrejas da Coreia são high-tech. É um país, no entanto, ainda marcado pelas cicatrizes de uma crise econômica, a de 1997, que não só fez a renda despencar como revelou uma fragilidade institucional típica de nações em desenvolvimento. Ainda hoje os coreanos desconfiam da pujança econômica e poupam para ter provisões no caso de nova crise, fato incômodo para um país que sonha reviver os tempos em que a economia crescia embalada por taxas na casa dos dois dígitos. Em 2004, o PIB da Coreia cresceu 5% – taxa semelhante motivou um foguetório no Brasil –, o que é motivo de desalento. Apesar dos contratempos, os coreanos sabem que construíram uma nação que já deu certo graças à revolução pela educação. Basta olhar para os jardins da universidade Postech para ter um exemplo disso: a instituição reservou um terreno de 300 metros quadrados onde pretende espetar estátuas de bronze dos futuros prêmios Nobel produzidos nas suas salas de aula. "Estamos obcecados com essa ideia", diz o diretor Oh Dong-Ho. Ninguém duvida de que vão conseguir concretizá-la.

Numa típica família coreana, como a dos Park, um assunto é obrigatório à mesa de jantar: a vida escolar das crianças. O pai comenta as equações matemáticas que o caçula, Sul, de 13 anos, está aprendendo e pergunta ao mais velho, Sam, de 16, sobre a prova de inglês que ele fez naquele dia. A intimidade do casal de professores Yang Sue, 42 anos, e Young Woo Park, de 43, com a rotina estudantil dos filhos é tamanha que eles são capazes de discorrer em detalhes sobre as metas dos respectivos currículos escolares para este ano. Também frequentam a página oficial da escola na internet para saber se os adolescentes têm dever de casa ou prova à vista. Eles participam de reuniões, organizam feiras de ciências e, volta e meia, pilotam as panelas do refeitório da escola de Sul e Sam. Os que lhes perguntam sobre a razão de tamanho empenho obtêm de Young Woo Park, o pai, aquilo que, na Coreia do Sul, é uma espécie de resposta -padrão. "Queremos dar a melhor educação para nossos filhos, porque só assim eles poderão competir pelos melhores empregos", diz. O fato de a Coreia do Sul ser um dos países em que os pais observam mais de perto a vida escolar dos filhos é apontado por especialistas como um dos trunfos que garantem ao país o seu alto padrão acadêmico. A participação dos pais é muito estimulada pelo governo, que também vê nisso um aspecto fundamental para o sucesso do modelo. Há outros, no entanto: a maioria dos estudantes coreanos não se contenta em estudar nos limites da carga horária prevista por suas escolas. Para eles, o término das aulas apenas sinaliza o começo de uma maratona de aulas complementares que, somadas ao período em que permanecem na escola, chegam a totalizar uma jornada de até doze horas de estudo. O tempo não é a única coisa que as famílias sul-coreanas dedicam à vida escolar de seus filhos: no país, a educação das crianças chega a consumir 30% do orçamento familiar, que é, em média, de 7 500 dólares por mês, no caso dos Park.

As maiores celebridades da Coreia do Sul não vêm da televisão nem tampouco dos campos de futebol. São jovens que fizeram fama e dinheiro ao se tornar campeões em jogos de computador – os games. Tal é a popularidade desses jogos que uma partida entre os melhores do ranking mundial leva aos estádios coreanos 100 000 pessoas, mais gente do que um clássico do futebol brasileiro. Também no Coex, um shopping de Seul, milhares de adolescentes se engalfinham nos fins de semana para conseguir um autógrafo de profissionais como Seok Palk Jeong, um garoto de 22 anos que usa um conjunto de macacão e óculos espaciais, laquê no cabelo e pó de arroz no rosto. Ele e os outros travam ali longas batalhas on-line, que são transmitidas em três diferentes canais na televisão coreana. Jeong é um dos melhores do mundo em StarCraft, o game da moda por lá, em que as tribos de alienígenas Protoss e Zerg duelam com os humanos Terran, num ambiente futurístico com foguetes e naves espaciais. Jeong fatura cerca de 1 milhão de dólares por ano, média dos campeões de games na Coreia. "Não sobra tempo para quase nada na vida, além de treinar em frente a um computador oito horas por dia", diz Jeong. O que ele estuda? Faz curso universitário de criação de games – pela internet, claro. Trata-se de uma especialidade no ensino superior coreano.

Tornar-se um habilidoso jogador de games é sonho declarado de metade dos jovens da Coreia, de acordo com uma pesquisa realizada no ano passado pelo governo do país. Depois dos estudos, os games viraram, na última década, a atividade que mais absorve o tempo desses jovens: em média duas horas noturnas, segundo mostra o levantamento. O lugar mais popular para a jogatina são as lan houses, uma invenção coreana – casas especializadas que ficam coalhadas de gente madrugada adentro. O frenesi em torno desses jogos fez surgir na Coreia uma geração de viciados em games: 10% dos jovens, segundo dados da Universidade Yonsei. Existem já mais de 1 000 clínicas cuja especialidade é tratar a obsessão dos garotos pelos jogos. O mercado mundial de games movimenta 2,2 bilhões de reais por ano, dos quais a Coreia é responsável por 30%. Antes de lançar um novo jogo no mercado mundial, as grandes companhias fazem testes no país. Se a novidade passar pelo crivo dos jovens coreanos, é um indicador de sucesso para o produto. Essa é a praia deles. Resume o publicitário Hun Cheol: "Se um jovem não joga game na Coreia, não é visto como um ser civilizado".

 Fonte:http://veja.abril.com.br/160205/p_060a.html


 O SISTEMA EDUCACIONAL DE CINGAPURA

Cingapura une tradição a método progressista de ensino; desempenho da educação impressiona professores britânicos visitantes

Mike Baker - O Estadao de S.Paulo

A bandeira nacional de Singapura é um dos símbolos nacionais da República de Singapura. Sua adoção oficial se deu em 3 de dezembro de 1959. As cinco estrelas representam os ideais do país: progresso, paz, justiça, igualdade e democracia. A lua representa o Islamismo.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_de_Singapura

A chave do sucesso do sistema educacional de Cingapura, considerado um dos melhores do mundo, talvez seja a rara combinação entre ensino e disciplina tradicionais e uma abordagem holística, baseada na criança, concluíram professores britânicos que visitaram o país.

Atualmente, Cingapura figura entre os três melhores sistemas educacionais do mundo em matemática e ciências, é o quarto melhor país em leitura e, segundo especialistas, está na dianteira do mundo em qualidade de ensino. O detalhe é que um índice de 80% dos alunos cumprem o período mínimo de escolaridade, de 16 anos, mesmo assistindo as aulas na sua segunda língua e em salas com 35 alunos.

No país, a educação é a maior prioridade do governo, e não é apenas retórica, até porque Cingapura é desprovida de recursos naturais (tem até de importar água) e sabe que só pode sobreviver pela sua capacidade intelectual coletiva.

Após a visita, organizada pela instituição beneficente CFBT Education Trust, uma diretora assistente de uma escola do centro da Inglaterra disse que esperava encontrar "um currículo bastante tradicional, alunos sentados em fileiras, o professor na frente, estudantes ali prontos para aprender". Na verdade, foi o que ocorreu, afirmou. Mas havia muito mais, relatou a profissional britânica: métodos tradicionais combinados com ideias mais progressistas, um ensino com o foco na criança como um todo e não apenas nos resultados dos exames.

Comparações internacionais sempre são difíceis, pois é fácil esquecer que aquilo que funciona num país não vai prosperar em outro. Mas Cingapura tem muitas semelhanças com o Reino Unido. A língua oficial nas escolas é o inglês, há um currículo único e os exames nacionais são iguais aos realizados aos 16 anos e aos 18 e 19 na Inglaterra, administrados pelo Cambridge Assessment. Logo ficou muito claro para os professores britânicos que os desafios também eram similares. Até porque Cingapura também é uma sociedade multicultural e os alunos são obcecados por celulares e jogos de computador.

Durante a visita, professores de Cingapura disseram aprovar a maneira como o ministério apoia as iniciativas direcionando fundos para elas. Como disse um ex-diretor de uma escola do país, o sistema se baseia no "apoio de cima para baixo para iniciativas que vêm de baixo para cima".

Todos os profissionais de ensino e diretores são contratados do Ministério da Educação e regularmente transferidos de escolas.

escola de cingapura

Jardim Vertical é adotado em prédio de escola em Cingapura

O projeto arquitetônico de uma escola de ensino médio, especializada em artes visuais e cênicas, chama a atenção em Cingapura.

A construção possui diversas características sustentáveis, sendo que o prédio se destaca pelas grandes paredes verdes criadas com a utilização dos Jardins Verticais. Além das plantas em toda a área externa, o prédio permite entrada ampla de luz solar e ventilação natural.

Fonte da imagem:http://ecotelhado.blog.br/index.php/jardim-vertical-e-adotado-em-predio-de-escola-em-cingapur a/

O governo de Cingapura também estimula o aprendizado fora da sala de aula custeando as visitas escolares, os clubes e as atividades extracurriculares, o que permite que elas se tornem compulsórias, explicaram. E os alunos normalmente recebem notas pela participação.

Na última reforma, o Ministério da Educação anunciou que todas as escolas do ensino básico passariam a funcionar da mesma maneira: os alunos do fundamental teriam aulas pela manhã e as escolas de educação infantil abririam na parte da tarde. Isso significou salas de aula com menos alunos, uma melhor proporção entre estudantes e professores e permitiu um programa de atividades extracurriculares compulsório para as crianças do ensino fundamental, à tarde.

Além disto, como a Inglaterra, Cingapura está implementando um grande programa de construção de escolas. Mas as aulas não são interrompidas por causa disso. Todos os alunos são transferidos para uma escola vazia vizinha.

Por fim, no chamado Programa Integrado, escolas com alunos mais capacitados são encorajadas a não exigir exames aos 16 anos, permitindo uma maior flexibilidade do currículo, levando direto o aluno para o nível mais avançado, o que também chamou a atenção dos professores visitantes do Reino Unido.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,cingapura-une-tradicao-a-metodo-progressista-de-ensino,328551,0.htm

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Um modo muito interessante de atrair bons profissionais para a área de educação está baseada em salários gratificantes e também em avaliações constantes desses profissionais. Os professores que se destacam são promovidos ou recebem melhorias salariais.

Além disso, os professores, junto com o Ministério da Educação do país, podem apresentar planos e projetos para melhorar ainda mais o ensino.

Cada projeto adotado, é exaustivamente estudado, depois é feito um treinamento de todo o corpo docente e só então é implementado em sala de aula. Como exemplo, está o uso de celulares, tablets e outros dispositivos para incrementar a educação fora do ambiente escolar.

Um fator usado em Cingapura que eu, particularmente, sempre defendi, foi a divisão dos alunos por capacidade pessoal de assimilação de conteúdos.

Todos sabemos que os alunos têm um tempo próprio e particular de aprender. Temos os alunos que, por razões diversas, aprendem muito mais rápido, temos os alunos que aprendem no tempo normal, temos os que demoram um pouco mais para aprender e temos os alunos com sérias dificuldades de aprendizado.

Assim, divididos em faixas de capacitação, os alunos conseguem atingir seus objetivos dentro do seu próprio tempo.

Entretanto, um aluno que tem muitas dificuldades com o aprendizado, ao sentir motivação e desejo de passar para o outro nível, se conseguir superar suas deficiências, será admitido no grupo superior.

Este processo tem feito com que a evasão escolar praticamente seja nula no país, pois os professores são treinados para incentivar seus alunos de capacidade menor a partir para a capacitação melhor e com isso, os desníveis acabam sendo superados e os professores podem se dedicar de forma integral a cada tipo de aluno, provendo uma educação muito mais saudável e apropriada.

Cingapura não dispõe de recursos naturais e até mesmo a areia usada na construção civil é importada. Entretanto, sua renda per capita é ligeiramente inferior a dos EUA, país que conta com imensos recursos naturais. E isto só é possível graças à uma consciência de governar e de educar simplesmente fantásticas.